CARTA ABERTA AOS GARIS DO BRASIL


Quadro trabalhadores de rua de Paulo Dagomé



Do alto do interior do ego do jornalista Boris Casoy, as entranhas da Band devem, ou pelo menos deviam estar revolvendo de vergonha, afinal isto é uma vergonha! Boris o Czar Casoy, com o seu glúteo nobre assentado numa confortável cadeira, fita uma das várias câmeras, nos momentos que antecedem a virada do ano e despede-se da sua alienada platéia. Em seguida, vão ao ar as puras e ingênuas palavras em forma de votos de felicidades de dois dignos trabalhadores braçais, que poderiam ser meu pai e que pode vir a ser eu, já que sou semi-analfabeto estou concluindo o terceiro ano do ensino médio aos 48 anos de idade. No primeiro momento, deu gosto de ver e ouvir um dos senhores expressando bons auspícios para toda a população, inclusive para o senhor Czar Casoy e fechando em coro com o companheiro. feliz ano novo! Mas logo na seqüência se fez ouvir no fundo, na voz do senhor Czar Casoy, a observação irônica, sarcástica, preconceituosa, malévola, desumana. (mas que merda dois lixeiros desejando felicidades, do alto de suas vassouras, dois lixeiros, o mais baixo na escala do trabalho!) Eu confesso que agradeço aos céus por só ter tido acesso ao vídeo dois dias depois, por que se tivesse visto na noite de réveillon, teria sido uma ducha de água fria nas minhas expectativas. Mas não se enganem, essas atitudes devem ser praticas recorrentes, não pensem que esse foi o primeiro deslize do senhor Czar Casoy, se levarmos em consideração o seu nome e prenome Boris Casoy ele pode ter algo a ver com a dinastia de Nicolau II, aquele cuja corte se empanturrava de comida, iam aos jardins, vomitava e voltava para comer mais, enquanto os trabalhadores comiam um ralo mingau nos campos e tiritavam de frio. Eu ate penso que ele teve o azar de estar trabalhando com alguém da técnica, a quem ele já houvesse pisado no calo, e que essa pessoa deve ter deixado o áudio ligado de propósito por que as palavras dele indicam o perfil de uma pessoa que não tem nenhum respeito pelo próximo, que nem mesmo o espírito de confraternização, dos resquícios do espírito natalino, conseguiu amaciar o preconceito animalesco e empedernido que deve teimar vir à tona. Assim que ele sai da frente das câmeras, se despe das suas vestes de homem justo, para deixar aflorar toda sua hipocrisia reprimida, para mostrar seu verdadeiro caráter ou falta dele. Aos meus amigos da honrosa classe trabalhadora dos garis, que foram muito bem representados por aqueles dois senhores cujos nomes eu almejo saber cujas mãos eu quero apertar e se possível abraçar; Aos senhores garis, heróis da limpeza, a quem o senhor Czar Casoy denomina pejorativamente de o mais baixo da escala do trabalho, eu quero afirmar que o senhor Czar Casoy- apesar do seu diploma não os conhece. Ele não sabe que os senhores são atletas da sobrevivência, que correm paralelamente, acompanhando o desempenho dos motores MWM dos caminhões coletores pelas ruas das cidades do Brasil, sem perder o ar de felicidade por ter um emprego garantido. Ele ignora o fato, meio que milagroso, de o sistema de defesa dos seus organismos terem desenvolvido anticorpos especiais contra os dejetos produzidos pela elite por ele representada. O senhor czar Casoy precisa saber (se é que não o sabe) que no mundo em que os senhores vivem, por todo ciclo natural de suas existências, ele que se supõe o mais alto na escala do trabalho, não sobreviveria por um ano. Ele finge ignorar- mas tem consciência- de que é o consumismo exagerado, de futilidades promovidas pelas elites por Ele representadas, que é a grande contribuinte pela propagação da miséria. Ele ao defini-los como o mais baixo da escala do trabalho, deve insensivelmente ignorar que os garis, ao efetuar a limpeza da elite por representada, só reforça uma verdade pratica: tudo é lixo e mais cedo ou mais tarde em lixo se transformará e só quando os senhores garis cruzam os braços, eles têm a exata noção dos seus valores. Do alto da minha periferia eu quero congratular com os senhores, no alto de suas honradas vassouras e dizer que os seus votos de felicidades me atingiram com toda a força, elevou minha auto-estima e o meu orgulho por pertencer a essa massa da qual os senhores fazem parte, alem de detonar com a máscara do senhor Boris Czar Casoy. Ele por ser um homem publico e culto deve ter a consciência de que ao proferir aquelas palavras, estava externando os pensamentos de exterminadores como Herodes, Hitler, Mussolini, pieter botha, Radivan karadzic, Saddam, Pinochet, da junta militar que governava Argentina e dos demais déspotas e genocidas, suas palavras, incentivam queimadores de índios e mendigos. Senhor czar Casoy, a sua verdadeira face é uma vergonha! Quantos aos senhores, nobres garis, vossa mensagem de felicidades sintetizaram os pensamentos e práticas de Jesus cristo, Gandhi, madre Tereza, Malcolm X, Luther king, Nelson Mandela, Mano Brown e M.V BIL e de todos os nobres Humanistas que já passaram por esse planeta. As suas palavras foram e são forte incentivo para mim e para e para um boa parcela do povo Brasileiro!

EDVAIR RIBEIRO

1 comentários:

O PENETRA disse...

Faço de suas palavras, Nobre Griô...
As minhas!!!
Sem palavras, o que todos gostariam de diser ao autoClero, o senhor conseguiu sintetizar em poucas letras e virgulas, sesando com um ponto final na consiência do Pseudo Czar.

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