Minhas fobias



Eu tenho medo de caminhar para o abismo do desamor
Eu tenho medo desdenhar o olhar opaco de uma criança
Eu tenho medo de me tornar indiferente diante da dor
Eu tenho medo de ajudar a apagar a chama da esperança

Eu tenho medo de perder o medo do saldo daninho da violência
Eu tenho medo da normalidade dos estampidos na minha rua
Eu tenho medo da verdade nua e crua do sangue seco no corpo inerte

Eu tenho medo que o meu herói um dia venha ser o atirador de elite
Eu tenho medo que o choro de dor de uma mãe não deixe de ser triste
Eu tenho medo do entorpecimento do sentimento e do dedo em riste

Eu tenho medo da força da fome e do seu efeito no bicho homem
Eu tenho medo do olhar fixo de uma criança passando frio
Eu tenho medo de achar normal o caos geral no hospital
Eu tenho medo que esses medos um dia deixem de me fazer mal

Edvair Ribeiro em 05/10/2009

1 comentários:

Unknown disse...

Muito bom mesmo parabéns!

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