Cismei que sou poeta
















Cismei que sou poeta
Não por ter talento e encanto
Cismei porque descobri que
Que a poesia embala sonhos
Suaviza a vida e enobrece a alma

Cismei porque a poesia outorga
Aos temas tons e cores repetitivas
O direito de se renovar
Em cada escrita, pincelada
Cada canção e recitação

Cismei que sou poeta por que
No palco encantado da vida
Permeado de desencantos
Perdi a noção do ridículo

Cismei que sou poeta
Por ser um egocêntrico
De hipocrisia exposta
Em enrustida humildade

Cismei que sou poeta
Para poder dar razão ao grito
De minha megalomania
Pra assassinar o medíocre
Que em mim, teima se exibir

Ao assumir a poesia
Abri mão da autocrítica
Para externar sem medo
A minha visão do mundo
O meu encanto pela vida.

No meu perfil “fingidor”
Às vezes me aflige a dor
A magia da poesia permite
A mim impingir ao mundo
Ainda que, fraca, suave, tênue
Como um leve sopro de vento
Uma indelével aura de amor

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