Ontem - ou melhor - no ano 387 a.C., Platão fundou a primeira Academia, fundamentada no mundo das ideias, onde sua geração dava tratos à bola para criar um mundo imaginário ideal. Por ela passaram Aristóteles e Xenócrates, para quem o homem teria tripla existência: mente, corpo e alma. A Academia abrigou e alavancou as maiores cabeças pensantes da Grécia Antiga.
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Passaram-se séculos. Os gregos descobriram que o oráculo era um engodo e que, além mar, existia mais terra e mais mar, ao invés das criaturas fantásticas que lhes foram incutidas por conveniência, por mentes fantasiosas. Passou-se mais tempo. Os romanos estenderam - e depois perderam - seus domínios, do Oriente ao Ocidente.
Napoleão subiu e desceu. Os europeus colonizaram a África. Portugal “destelhou” o Brasil. A escravidão se alastrou. Zumbi criou Palmares. A Bastilha desmoronou. A Lei Áurea foi promulgada, mas a escravidão não foi abolida. Machado de Assis funda a ABL. O Brasil conquistou a Independência e, a posteriori, a República. José do Patrocínio importa para o Brasil o primeiro automóvel. Nasce Noel Rosa e Nelson Mandela. Estoura a 1º G. M. e nasce o menino Pelé. Surge o Estado Novo de Vargas. Na Alemanha grassa o nazismo e Jesse Owens derrota Hitler. Começa a 2º G.M.
Holocausto do povo judeu. A FEB no Monte Castelo. Hitler e Mussolini se lascam. Japão vira cobaia atômica. O Rei Hirohito se rende. Alemanha dividida ao meio. O mundo é subdividido em comunismo e capitalismo. Na America estouram as vozes de Nat King Cole, Ray Charles e Louis Armstrong.
O Brasil é campeão mundial. JK constrói Brasília. Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira idealizam a UnB, que é inaugurada junto com a Nova Capital. O Brasil é bicampeão de futebol. Nelson Mandela é preso e condenado. Jânio surta e renuncia. Jango assume e cai. Instala-se a ditadura. Vive-se a farsa do Milagre Econômico. A liberdade é tolhida. Luther King é assassinado.
Atos institucionais. A UNE se rebela. A UnB é invadida. Honestino é preso. Nova era das trevas. Brasil tricampeão. Ame-o ou deixe-o. Exilam Gil e Caetano. Roberto Carlos compõe "debaixo dos caracóis”.
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Agora de carreirinha: abertura política. Eleição indireta. Tancredo, presidente, sucumbe, às vésperas de assumir, quedado por um diverticulite. Assume Sarney, nasce São Sebastião, de conglomerado oleiro para urbe em expansão. Na África, Mandela é libertado e eleito presidente.
No Brasil, eleição direta pra presidente depois de 20 anos. Lula em ascensão. O sonho do povo no poder. Decepção com Collor eleito presidente, fazendo de Brasília sucursal de Alagoas. Impeachment nele. Assume Itamar. Lula perde de novo. A era FH e a "piratização“. Nos EUA, caem as Torres Gêmeas. O Iraque é ocupado. Saddam é fuzilado. Obama conquista a Casa Branca.
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Chega a nossa vez. O povo no poder. Começa a Era Lula. Emancipação em São Sebastião. Na década de oitenta nasce a geração Supernova. Começa a Revolução Cultural e a ocupação sistemática do centro nervoso e intelectual das academias do Planalto Central pelos supernovas Isaac (Newton) Mendes, Julio (Sabidus) César, Chiquinho (Ypioca Batera), Hellen, Cris, Nayara, Junin e, agora, Carol e Devana (Babuíno) Babu.
Eles o fazem sorrateiramente, com o propósito de fazer dela uma Pasárgada, de se fazerem amigos do rei, de criar sua própria sorte e ditar suas próprias leis.
E, corroborando o antigo pensamento elitista e reacionário de que o espaço acadêmico é exclusivo para seres dotados de qualidades especiais, as ilustres figuras acima citadas estão efetivando a ocupação do espaço, como quem encara um liceu, com seriedade, sobriedade e sem tremer, afinal, “É tudo nosso!".
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Estamos fazendo historia.
Edvair em 19/07/2011
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