Mais uma vez, coloco
em pratica minha pseudo-vocação para mensagens póstumas para anunciar o
passamento de uma pessoa que foi muito foi importante para São Sebastião Distrito federal. Deixando claro,
que escrever sobre o óbito de pessoas pra lá de queridas, não me traz nenhum prazer
mórbido, se o faço, é motivado por um senso de dever para com a pessoa em
questão e seus familiares.
Por isso é com
pesar que anuncio que nessa madrugada do
dia 21de Janeiro 2014, São Sebastião perdeu mais um seus ícones, Dona Juliana, uma senhora
maranhense, que no final da década de setenta aportou na região argilosa da
velha papuda. Dona Juliana, ainda que não tendo exercido a profissão de oleira,
como varias outras mulheres que ainda moram na cidade de São Sebastião , tem por
merecimento seu nome gravado nos primórdios historicos da nossa cidade. Já que
foi ela a primeira agente de saúde a trabalhar no sistema de prevenção das
viroses, colaborando com a melhoria da qualidade de vida dos moradores locais,
quando nós ainda vivíamos na era do barro.
As pessoas que
aqui moram a mais de trinta anos, com certeza guardam na memória a imagem da Dona
Juliana envergando um tradicional jaleco branco, prancheta nas mãos e visitando
os domicílios das pessoas, colhendo dados e passando instruções sobre saúde básica
pras famílias, isso num tempo em que centro de saúde mais próximo era o posto
da QI 21.
Pela natureza
de sua função, pelo seu caráter colaborador e humanitário dona Juliana foi uma
pessoa célebre para os moradores antigos e uma das mulheres pioneiras, corresponsáveis
pelo desenvolvimento de são Sebastião. Aqui ela criou quatro filhos gerados o
seu ventre mais um filho do primeiro esposo e um neto que ela adotou e amou
como sendo filho seu.
Dona Juliana é
mais uma dessas pessoas cuja existência foi dedicada ao serviço do próximo. Sem
fazer estardalhaço ela veio ao mudo, cresceu, aprendeu, ensinou, sofreu, sorriu,
chorou, viveu, amou. Agora, com tenros cinquenta e oito anos de idade, partiu. De
acordo com sua crença, partiu para os braços do criador e para rever os amigos
que a precederam na jornada. Partiu mas deixou na memória dos amigos e parentes
exemplos a serem seguidos.
Mais uma vez, eu,
um cinquentenário que começa e conviver com a Constância da ruptura da convivência
com pessoas amigas e queridas, ocasionadas pelo fenômeno do passamento do plano
físico para o espiritual, com um forte sentimento de orfandade, dou por
finalizado esse texto despedida. E por crer na possibilidade da continuidade da
vida no plano espiritual, aqui me despeço; Adeus Dona Juliana Souza Serra Cruz,
até um dia.
Edvair Ribeiro
dos santos em21/01/2014
3 comentários:
Parabéns pelo texto, embora fúnebre muito bem redigido.
Abraços
Dila Ribeiro
Meu amigo Edvair, parabens pelas belas palavras e belo texto. Ainda quero um livro seu sobre as memorias de São Sebastião. As póstumas ou não.... Abraços...
Ela era pura expressão do amor...querida irmã Juliana nunca te esquecerei:)
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