Dona Dirce (em memoria de uma pioneira)



 
Nós, moradores de são Sebastião da geração de sessenta, começamos a viver os momentos inquietantes que são a perda das pessoas que nos viram nascer, crescer, que nos orientaram com palavras expressas e com ações concretas, pessoas que de uma forma ou de outra tiveram alguma influencia em nossas formações e marcaram nossa existência.
No sábado dia 05/11/11, A comunidade de São Sebastião perdeu um de seus ícones, sim senhores, perdemos dona Dirce, mãe de Alessandra e Beth, esposa de Josino, mulher discreta que marcou sua passagem pela existência sem fazer estardalhaço, e sendo referência sem jactância, foi um dos pilares na historia da urbanização e do desenvolvimento da cidade de São Sebastião.
Ao chegar aqui, no inicio dos anos 80, e junto com o marido Josino montar primeira padaria, tirando assim os moradores do lugar da era dos pães secos, que até então eram comprados em sacos no Núcleo Bandeirante e acondicionados em latas de 20 litros para serem conservados e consumidos durante a semana.
Dona Dirce mulher guerreira, ostentou o titulo de 1º dama honorária da cidade durante os três mandatos de prefeito comunitários exercido por seu esposo, ela o fez sem arrogância desempenhando essa função com naturalidade e sem reclamar do ônus, pois era apenas isto a função lhe proporcionava, e como primeira dama oficial durante o período 2007/2009 ocupou oficialmente o posto com a mesma discrição.
Nós, os antigos da região de São Sebastião conhecemos a sua seriedade no tocante a educação de suas filhas, que dela certamente herdará os bons exemplos e ainda o respeito e o carinho com ela tratava os amigos e as crianças, pois vale lembrar que a primeira festa do dia das crianças da então agrovila aconteceu na Padaria Nossa Senhora Aparecida que era propriedade sua e de seu esposo, isso no ano de 1984.
 Mulher religiosa, deixa profunda saudade nos corações e mentes das amigas e amigos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, nos amigos do movimento ECC (Encontro de Casais com Cristo) e Segue-me (Encontro de Jovens com Cristo) cujos primeiros encontros (os quatro primeiros anos) contou com a colaboração da sua padaria com a doação cerca de trezentos pães para o café da manha de sábado e domingo do encontro.
Dona Dirce vai estar sempre viva na memória das crianças que se tornaram adultas sob o seu olhar tutelar e a imortalizarão para as gerações futuras. Se ainda vivêssemos os tempos da narrativa oral, ela seria assunto para as historias contadas a beira de fogueira e dessa forma perpetuadas através dos tempos.
Já que vivemos na era da internet e estamos meio que acondicionados as redes de comunicação social, Dona Dirce passa a ter um pouco de sua produtiva existência nela registrada. O que não impede de mencionarmos o seu nome sempre que o tema for à cidade de São Sebastião e seus primórdios. O humanitarismo, a nobreza de sentimento, a força de dona Dirce estará sempre presente, mesmo que de forma indelével nos anais da historia local, afinal foram quase trinta anos de vida ativa na comunidade de São Sebastião
Agora sua alma se encontra no céu dos justos, onde na condição de santa, segundo a doutrina católica cristã, ela intercede e aguarda por nós. Prometendo dela não esquecer temporariamente eu ou nós nos despedimos: Adeus dona Dirce, até um dia.







Edvair Ribeiro.

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